Desafios na inclusão de pessoas com deficiência no turismo goiano foi tema de debate nesta manhã de quarta-feira, 12, às 10 horas, por videoconferência. Para tratar do tema, a Comissão de Turismo do Parlamento de Goiás reuniu representantes de entidades estaduais e do município voltadas à inclusão, que terminou com encaminhamentos, como o agendamento de um visita técnica a um roteiro a ser estabelecido em Goiânia, no dia 27 de setembro, além de tratar da inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho e a realização de novo encontro no dia 26 de agosto.
No decorrer das próximas semanas, serão realizadas interações a fim de que um tour por Goiânia possa ser planejado, junto com profissionais da área para a elaboração de um roteiro inclusivo, e dentro dos protocolos sanitários exigidos pelo período de pandemia.
Ao avaliar a reunião do grupo de trabalho, o deputado Coronel Adailton (Progressistas), presidente do colegiado, ressaltou a importância de que os trabalhos sejam realizados com o foco no alcance de resultados. “Precisamos colocar em prática. Temos a missão de fazer acontecer”, acentuou o parlamentar.
Ele também destacou o empenho dos integrantes do grupo e ainda conclamou para a necessidade da participação de pessoas do setor público e privado para que ações voltadas às pessoas com deficiência sejam cada vez mais exitosas em Goiás.
O parlamentar também ressaltou a importância de que sejam envolvidos todos os segmentos a fim de que os resultados sejam mais positivos. Além de acentuar a importância da conscientização e incentivo à inclusão no mercado de trabalho, entusiasmado, Coronel Adailton reafirmou:”Essas pessoas querem produzir, e produzir muito”, afirmou.
Participaram do encontro, Patrícia da Silva Ribeiro, representante da Goiás Turismo; Aldier Gomes, assessor da presidência da Goiás Turismo; Ricardo Rodrigues, presidente do CTUR; Diego Magalhães, presidente da Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência da OAB; Aldenor Carneiro dos Santos, presidente do Conselho Estadual da Pessoa com Deficiência; Philipe Arapian, da Defensoria Pública Estadual; Luiz Carlos Fabre, procurador chefe do Ministério Público do Trabalho; servidora da Alego Vanuzia Maria, intérprete de (Língua Brasileira de Sinais (Libras), a professora universitária, portadora de deficiência auditiva, Laura Pina: Cacilda Morais, da assessoria da comissão e Robson Soares. A mediação do encontro ficou a cargo do secretário do colegiado Márcio Barbosa.
Defensor da inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, Coronel Adailton ressaltou a qualidade dos mesmos, a exemplo dos dois estagiários que trabalham em seu gabinete, além do aprendizado que o convívio com essas pessoas oportuniza, e ainda afirmou a importância de que outros deputados façam o mesmo. Eles nos ensinam cada vez mais”, assinalou.
A reunião desta manhã é resultado de uma audiência pública realizada na Casa de Leis, no mês de dezembro passado, mas que em função da pandemia teve a continuidade neste segundo semestre.
Em sua fala, o presidente da Comissão de Direitos da Pessoa com Deficiência da OAB, que é cadeirante, salientou a importância da proposta do grupo, e aproveitou a oportunidade para ressaltar a necessidade do desenvolvimento do turismo inclusivo em Goiás. “Adoro viajar e tenho experiências a compartilhar”, disse ao relembrar recente viagem em que esteve no Egito, Turquia e Grécia. “Em alguns locais tive dificuldade de acesso, mas também tive a oportunidade de visitar, inclusive sarcófagos”, contou. O advogado relatou que algumas sinagogas e mesquitas, já estão adaptadas para receber visitantes portadores de deficiência.
Diego salientou a necessidade de se fazer algo efetivo pelo turismo inclusivo de Goiás. “O turismo adaptado é possível para atender ao idoso, à gestante, às famílias de pessoas com dificuldades de locomoção. Gera riquezas. No centro do Brasil pode atender também pessoas de outras localidades, para conhecer Goiás”, pontuou.
Na opinião dele, é importante a realização de um diagnóstico dos parques estaduais, com a estrutura que oferecem, a melhoria do que pode ser adaptado nesses ambientes, além da divulgação a fim de alcançar um maior número de pessoas. “Os locais que não são poderão se tornar acessíveis”, defendeu.
Já no que tange o atendimento ao público de pessoas com deficiência, como representante do empresariado, Ricardo da CTUR, assinalou a importância do grupo de trabalho para, inclusive orientar os empresários em relação às adaptações necessárias a fim de atender de forma satisfatória a essa clientela.
Ao pontuar a adaptação das cidades turísticas de Goiás, Aldenor observou a necessidade de aprimoramento, citou o exemplo dos roteiros para pessoas com deficiência, na cidade de Curitiba. Na opinião dele, também é importante que o turismo inclusivo seja pensado de forma individual, de acordo com as características de cada cidade. Como é o caso de Pirenópolis e Goiás, por exemplo. “É preciso discutir o que fazer em cada área para que o turismo seja mais inclusivo”, acentuou.
Empregabilidade
Eu sua participação Luiz Fabre defendeu a inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, inclusive com a possibilidade de que, a partir de projetos, recursos oriundos de Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) trabalhistas, possam ser investidos. “A pessoa portadora de deficiência é uma mão de obra boa, inclusive contribui com a melhora no ambiente de trabalho”, disse.
Ao fazer uso da palavra, Aldenor salientou a necessidade de que haja uma integração entre as empresas que demandam por trabalhadores com deficiência e as entidades que os representa. “Do percentual das vagas, destinadas às pessoas com deficiência, apenas 10% são ocupadas por pessoas com deficiência”, explicou
Audier e Patrícia, fizeram coro ao assinalar a sensibilidade da Goiás Turismo à inclusão. O assessor da presidência do órgão considerou a importância do tema para que sejam apresentadas propostas para políticas de Estado, ressaltou o trabalho do grupo que poderá contribuir com associações, e fórum a fim de assinalar as vagas as empresas e o perfil de cada uma delas, a fim de que seja colocado o melhor profissional para atender às necessidades das empresa.
O assessor da presidência da Goiás Turismo frisou ainda a importância da alimentação do banco de dados voltado à inserção das pessoas no mercado de trabalho, além de ressaltar a qualidade e produtividade do encontro, que além de tratar da inclusão de pessoas com deficiência como consumidores do turismo, também da oportunidade de inserção no mercado.
Representante do empresariado, Ricardo explicou contar com dois funcionários com deficiência em sua empresa, e o valor do trabalho dos mesmo, mas ressaltou a dificuldade dos empresários para localizarem pessoas com perfil e qualificação necessários para atender à demanda.
Entusiasmado com o andamento do encontro, Rodrigues pontuou a importância da participação do Sistema S na capacitação e sua disponibilidade de medir junto aos responsáveis, a integração às propostas que serão apresentadas pelo grupo de trabalho, a fim de capacitar os trabalhadores.
