InícioDISTRITO FEDERALHora e vez de renovar as “casinhas coloridas”

Hora e vez de renovar as “casinhas coloridas”


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Foto: Lúcio Bernardo Jr. | Agência Brasília
Museu Vivo da Memória Candanga passa por ampla reforma, com pintura, recolhimento de lixo e outras melhorias. Foto: Lúcio Bernardo Jr. | Agência Brasília

Para início de conversa… aquelas casinhas coloridas no sentido Núcleo Bandeirante, localizadas no final da Epia Sul, não são de moradores de uma pacata vila, ao contrário do que muita gente pensa. Terceiro espaço a ser construído pela Novacap no Distrito Federal em meados dos anos 1950, o local abrigou, até em 1974, a primeira área médica do DF.

O conjunto Hospital Juscelino Kubitschek de Oliveira, foi um daqueles estabelecimentos de madeiras criados para dar suporte à construção da nova capital. Atendia tanto os operários acidentados nas obras, e eram muitos, quanto os moradores pioneiros que aqui chegaram. Hoje, até para quem é nascido e mora em Brasília, o bucólico lugar passa despercebido como o Museu Vivo da Memória Candanga.

“Trata-se de um conjunto arquitetônico a céu aberto, talvez o único do DF”, diz, Eliane Falcão, gestora do lugar. “Faz parte do patrimônio cultural tombado da nossa cidade”, reforça, orgulhosa.

O complexo, com exatos 1.265 metros quadrados, abrigava enfermaria, centro cirúrgico e parte administrativa, além de moradas para médicos e funcionários, mais do que nunca, precisa estar, constantemente, passando por manutenções, reparos e conservação. É o que está fazendo a atuação gestão, com o suporte da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) e parceiros. “Foi uma das primeiras coisas que fiz quando assumi”, conta Eliane Falcão. “Tiramos cinco caminhões de lixo”, lembra.

Foto: Lúcio Bernardo Jr. | Agência Brasília
A Novacap fez podas de árvores, roçagem do amplo ambiente e recapeamento de um trecho do asfalto de uma das pistas que dá acesso ao complexo. Foto: Lúcio Bernardo Jr. | Agência Brasília

Mais recentemente, as reformas foram pontuais, porém necessárias. Assim, durante a pandemia, em que as visitas estão interrompidas, a Novacap fez podas de árvores, roçagem do amplo ambiente e recapeamento de um trecho do asfalto de uma das pistas que dá acesso ao complexo.

Demarcações do estacionamento e construção de novo quebra-mola foram realizados com a ajuda do Detran-DF. Numa parceria com as administrações regionais da Candangolândia e Núcleo Bandeirante, janelas quebradas foram trocadas aos montes. Numa das casas coloridas, a amarela, que abriga uma das oficinas do Projeto Saber Fazer, e o pequeno, mas cativante auditório, os problemas de infiltrações que causam goteiras, foram sanados. A novidade foram as instalações de seis postes no estacionamento e na saída do Museu.

“Não tenho palavras para descrever a ajuda dessas parcerias”, comenta Eliane. “O GDF Presente, por exemplo, tem ajudado demais”, agradece.

“Eu vi o Renato Russo”

Era o final dos anos 1970. Enquanto Johnny Rotten, o “Joãozinho Podre”, tocava o terror em toda a Inglaterra, à frente da banda Sex Pistols, do outro lado do Oceano Atlântico, em plena febre do punk rock, bandas de Brasília, que seriam pioneiras de movimento musical para lá de contestatório, incendiavam todo o Distrito Federal com guitarras altas e letras de protestos.

Um dos palcos que recebeu tanto a Plebe Rude, quanto a Aborto Elétrico (futura Legião Urbana), foi o teto do Auditório Garcia Neto. Era no teto do espaço, então transformado em tablado de concreto, que o som corria solto.

“Eu era moleque e vi o Renato Russo tocar aqui, na época do Aborto Elétrico”, lembra, como se fosse hoje, Ricardo Dantas, atual chefe da Administração Regional do Núcleo Bandeirante. “O Auditório Garcia Neto é um lugar muito querido da comunidade porque é o centro de todos os acontecimentos locais. Na minha época, tudo o que você imaginar, quando falava em Núcleo Bandeirante, podia vir para cá, e até hoje é assim”, emenda.

Biblioteca Vó Philomena

Debilitado, o espaço cativo da cidade, localizado próximo à administração regional, passa agora por ampla revitalização em todas as suas estruturas. Tudo graças a uma emenda parlamentar e ajuda sistemática do GDF. E não só o auditório, mas, também, a Biblioteca Vó Philomena, que fica atrás da administração, há muito tempo precisava de reparos. O valor total das duas obras é de R$ 400 mil.

“São lugares muito requisitados pela comunidade e propícios para reuniões de várias naturezas, e que estavam sucateados”, explica o administrador regional Adalberto Carvalho. “Agora tudo vai mudar, graças ao apoio do nosso governador Ibaneis”, destaca o gestor.

Homenageando o pioneiro Garcia Neto, um dos moradores da cidade que lutou bastante para a fixação do Núcleo Bandeirante como região administrativa, o local, de forma arredondada, terá todo o teto impermeabilizado. As paredes internas serão pintadas e passagem de acesso, revitalizada. “O teto tinha muita infiltração, por isso a impermeabilização. E as laterais vão ganhar pastilhamento azul”, detalha Dantas.

Já a reforma da Biblioteca Vó Philomena – assim chamada em homenagem a uma pioneira que tinha uma creche ainda existente na cidade e que gostava de cuidar de crianças – será mais complexa, dada a gravidade da degradação do prédio. A cobertura será toda substituída por telhas termoacústicas.

O local irá ganhar, também, duas saídas de emergências, novas luminárias e renovação das esquadrias que, todas enferrujadas, serão recuperadas e pintadas. No interior, as obras já começaram na última semana, com pedreiros reformando banheiros, parte elétricas e pintando paredes. “É quase uma reconstrução, o local não passava por reforma há muito tempo”, observa o arquiteto responsável pelos trabalhos de revitalização, Cássio Aviani.

Se tudo der certo, as reformas do Auditório Garcia Neto ficaram concluídas no final de setembro. E as obras da Biblioteca Vó Philomena, até o fim do ano. “Foram grandes conquistas para a nossa comunidade”, festeja o administrador regional Adalberto.   

Fonte: Governo DF

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