InícioDISTRITO FEDERALEducação inclusiva do nascimento à vida adulta  

Educação inclusiva do nascimento à vida adulta  


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Interagir com as pessoas era a principal dificuldade de Vinícius Toffano, 17 anos. Após três anos estudando no Centro de Ensino Especial 01 de Brasília, a mudança foi perceptível para os familiares. Ele é um dos 238 alunos do colégio, que oferece atendimento para pessoas com deficiência intelectual e múltiplas, transtornos globais e autistas, como é o caso dele. O local é um dos espaços oferecidos pelo Governo do Distrito Federal (GDF) para tornar a rede pública de ensino cada vez mais inclusiva na capital. 

“A gente percebe que toda equipe tem formação e capacidade especializada para atender os estudantes”, afirma a mãe de Vinícius, Eloísa Masson, 50 anos. “No início ele ficou um pouco agressivo, pois a escola era muito grande. Foi incrível como professores e servidores se engajaram para fazer com que ele se integrasse ao grupo”, lembra a analista de sistemas. 

Também professora, Eloísa destaca que, além de progredir na parte pedagógica, o filho dela também desenvolve outras habilidades. “Ele tem aula de música, informática, culinária, ou seja, é uma forma de aumentar a independência”, comenta. “Ler e fazer contas, por exemplo, é muito importante, mas conseguir se relacionar com outras pessoas também é necessário”, analisa.

 Capital inclusiva  

O ensino especial está espalhado pelas 683 escolas públicas do DF. O método começa desde o nascimento da criança com o Programa de Educação Precoce. Atualmente, cerca de 3.600 bebês de 0 até 3 anos e 12 meses são atendidos pelo serviço nas 19 unidades. A ideia é trabalhar no desenvolvimento de meninas e meninos para ingressarem no ensino infantil. 

Na educação infantil, 16 mil estudantes contam com 595 salas de recursos. Profissionais especializados trabalham as dificuldades específicas das crianças. Porém, também há assistência individual nas 626 classes especiais. A sala de integração é outra forma de dar suporte aos alunos. Para jovens e adultos, os 13 centros de ensino especial ajudam na integração na sociedade.

A diretora do Centro de Ensino 01 de Brasília, Ana Paula Ventorim, explica que o principal objetivo do espaço é desenvolver habilidades que não conseguiram ao longo da vida. “É muito comum acharem que ao entrar no centro as pessoas não vão se desenvolver pelo tempo que passam aqui. Tem gente que fica aqui 10, 15 anos e continua tendo ganhos significativos”, destaca. 

Ana Paula reforça a importância desses espaços para a integração dos deficientes. “A idade mental deles é diferente. É importante que a gente ajude esses alunos a descobrirem as habilidades, dessa forma eles melhoram a comunicação e concentração e com isso serão mais independentes”, ressalta.  

Pandemia 

Desde março, as aulas na rede pública foram suspensas devido a pandemia do novo coronavírus. A medida para garantir segurança à comunidade escolar não foi empecilho para que os estudantes tivessem o ensino interrompido. Segundo a secretária da Subsecretaria de Educação Inclusiva e Integral, Vera Barros, além da plataforma online, os professores da sala de recursos continuam prestando atendimento aos alunos.       

A secretária da Pessoa com Deficiência, Rosinha da Adefal, salienta que a pasta tem como missão articular políticas públicas e que tem feito um trabalho em conjunto com outros órgãos do DF. “A educação é um dos pilares da inclusão. “É preciso escolas adequadas e adaptadas e professores capacitados. Não é possível ter acessibilidade para essas pessoas se não tivermos esses serviços. É dessa forma que elas se sentirão incluídas e respeitadas como cidadãs”.  

Estatuto

Esta semana, o Estatuto da Pessoa com Deficiência foi sancionado. O propósito da lei é dar diretrizes normativas que assegurem o desempenho de todos os direitos garantidos pela Lei Orgânica do DF (LODF) e por outras leis distritais, para fortalecer a inclusão social e a condição de cidadão. A norma também aborda a reserva de cargos e empregos para pessoas com deficiência (PCD). Continuam mantidos o direito de inscrição em concurso público e processo seletivo de qualquer natureza em semelhança de igualdade às exigências aos demais candidatos.

Com relação à educação, o estatuto assegura que o sistema educacional seja inclusivo em todos os níveis, além de dar educação de qualidade, colocando-as a salvo de toda forma de negligência, discriminação, violência, crueldade e opressão escolar. De acordo com a norma, o governo também deve promover cursos, grupos de estudos e capacitação dos professores da rede pública de ensino, a fim de que estes estejam aptos a lecionar para esses alunos, entre outras.

Fonte: Governo DF

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