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Cidade de São Paulo fecha a semana com 293,7 mil infectados pela Covid-19


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DANIEL MONTEIRO
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De acordo com boletim diário publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus (causador da Covid-19), nesta sexta-feira (28/8) a capital paulista registra um total de 11.317 vítimas da Covid-19.

Há, ainda, 293.754 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus. Até o momento, 363.361 pessoas receberam alta após passar pelos hospitais de campanha, da rede municipal, contratualizados e pela atenção básica do município.

Abaixo os dados detalhados desta sexta-feira:

Prefeitura de SP

Em relação ao sistema de saúde público paulistano, nesta sexta-feira a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na Grande São Paulo é de 51,9%.

Na última quinta-feira (26/8), o isolamento social na cidade de São Paulo foi de 43%. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.

A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.

Mais sobre o coronavírus

Realizado pela ONG (organização não governamental) Instituto Pólis no período entre 1º de março e 31 de julho deste ano, um estudo revelou que a taxa de mortalidade padronizada da população negra na capital paulista é maior do que a da população branca.

Apesar de o número absoluto de mortes na cidade mostrar que pessoas brancas estão morrendo mais, a análise mostrou maior vulnerabilidade entre negros – pretos e pardos – em relação à pandemia de Covid-19.

O levantamento utilizou o método de padronização, comum na epidemiologia, considerando as diferenças na composição etária de brancos e negros, uma vez que o segundo grupo é composto por maior número de jovens. Dessa forma, a taxa obtida por meio do método da padronização consegue fazer um retrato mais fiel da mortalidade em populações diferentes.

A partir disso, o estudo mostrou que a taxa da população negra residente na capital paulista foi de 172 mortes por 100 mil habitantes, enquanto a taxa de mortalidade da população branca foi de 115 mortes a cada 100 mil. Sem o uso do método de padronização, a taxa entre os negros é de 121/100 mil habitantes e, entre brancos, de 134 óbitos/100 mil.

O estudo aponta que as condições de vida gerais da população negra são, em média, piores do que as da população branca, em fatores como renda, grau de instrução, tipo de trabalho e vínculo empregatício, o que contribui para que essa população seja mais vulnerável.

Outro dado levantado pelo estudo é de que, quando observado o recorte de gênero e raça/cor ao mesmo tempo, a taxa de mortalidade padronizada de homens negros chega a 250 mortes a cada 100 mil habitantes, enquanto a taxa para brancos é de 157 mortes a cada 100 mil. Entre as mulheres brancas, a taxa foi de 85 mil óbitos/100 mil habitantes e, para mulheres negras, o indicador subiu para 140 mortes/100 mil.

Os autores da pesquisa afirmam que a evolução do número de vítimas entre os grupos reflete como a pandemia causa maior impacto na população negra e que, embora todas as taxas tenham crescido durante o período analisado, o movimento ascendente da curva de homens negros é nitidamente mais intenso. Uma das conclusões é de que é importante haver mecanismos de políticas públicas que levem em consideração essas diferentes vulnerabilidades.

Além dos recortes socioeconômicos, o método permite ainda identificar qual seria o número de mortes esperado para as populações analisadas, caso as condições de vida e pirâmide etária fossem iguais àquelas da cidade como um todo. A taxa padronizada de negros mostrou que seria esperado o total de 4.091 mortes entre essa população na cidade. No entanto, foram registradas 5.312 mortes até 31 de julho, o que representa 29,85% de vítimas a mais do que o esperado.

Em relação à população branca, o estudo mostrou que seriam esperadas 11.110 mortes até 31 de julho, quando foram registradas 9.616 mortes de pessoas brancas, ou seja, 13,4% de vítimas a menos. O quadro, segundo os autores do levantamento, indica que, embora mais jovem, a população negra é proporcionalmente mais vulnerável à pandemia.

Por meio do método de padronização, foi possível territorializar o estudo, analisando as diferenças entre mortes esperadas e mortes registradas nos 96 distritos da capital paulista. A margem calculada, quando negativa, demonstra que morreram menos pessoas do que o estimado, de acordo com as taxas do município como um todo. Quando positiva, indica que mais pessoas morreram.

Em 27 distritos, a maioria localizada na periferia, foram registradas mais mortes de pessoas brancas do que o previsto pela padronização, o que demonstra maior vulnerabilidade dos moradores de bairros periféricos. Os bairros de Lajeado (+53,4%), Guaianases (+52,1%), Iguatemi (+40,2%), Cidade Tiradentes (+37,2%) e Vila Curuçá (+32,1%) apresentaram as cinco maiores diferenças. Por outro lado, em 65 distritos, morreram menos pessoas brancas do que o previsto.

Em 64 distritos, morreram mais pessoas negras do que o previsto. E, dos 23 distritos que tiveram menos mortes de pessoas negras do que o esperado, 15 estão localizados no quadrante sudoeste da capital. Essa região, ressalta o estudo, tem o padrão de renda mais alto da cidade e mais acesso a serviços de saúde de qualidade, o que pode estar associado ao número de mortes menor do que o esperado entre as pessoas negras.

Os dados revelaram ainda que onde morreram menos negros do que o esperado também foi onde morreram menos brancos. De acordo com o estudo, a diferença negativa do número de mortes registradas e esperadas entre pessoas negras nessas regiões pode estar associada a melhores condições de acesso ao sistema de saúde e menor circulação do vírus.

Ações e Atitudes

Pesquisadores do Centro de Estudos do Genoma Humano e de Células-Tronco do Instituto de Biociências da USP (Universidade de São Paulo), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão financiados pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), estão prestes a concluir o desenvolvimento de um teste capaz de diagnosticar a Covid-19 pela saliva.

O novo exame poderá custar um quarto do valor do teste de RT-PCR, considerado o padrão-ouro para o diagnóstico da doença e realizado hoje por laboratórios no Brasil a um custo que varia entre R$ 350 e R$ 400. O exame, assim como o método RT-PCR, será usado para detectar o vírus durante a infecção.

O método será similar aos já desenvolvidos no Brasil e em outros países com o objetivo de aumentar a disponibilidade e a rapidez e diminuir os custos para realização de testes moleculares por meio de simplificações dos processos.

Os novos testes são baseados em uma técnica molecular amplamente utilizada para o diagnóstico de doenças infecciosas, como dengue, chikungunya, hepatite A e zika, chamada RT-LAMP (sigla em inglês de transcrição reversa seguida por amplificação isotérmica mediada por alça).

*Este conteúdo e outros conteúdos especiais podem ser conferidos no hotsite Coronavírus

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